Segundo os policiais, o valor atual das diárias, R$ 122,99, não cobre nem mesmo as despesas com hospedagem
A participação dos policiais civis na Operação Verão desse ano, no Rio Grande do Sul teve uma adesão bem abaixo do esperado. O motivo é o baixo valor das diárias pagas aos profissionais que participam da operação, que estão sem reajuste há mais de 9 anos.
Segundo os policiais, o valor atual das diárias, R$ 122,99, não cobre nem mesmo as despesas com hospedagem. Assim, na prática, os policiais que participarem da Operação Verão teriam que pagar para trabalhar. Além disso, o fato de ficarem um longo período afastado das suas famílias, exatamente no período de férias escolares, faz com que a participação nessa operação imponha muitos sacrifícios para os servidores da segurança.
Diante deste cenário, para garantir o funcionamento da Operação, o governo estadual está convocando policiais civis para completar o efetivo, situação que não acontecia há muito tempo. Em anos anteriores, havia até uma certa disputa para a participação na Operação Verão, assinala o Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do RS (Ugeirm Sindicato)
Além do baixo valor das diárias, muitas vezes elas não são pagas antecipadamente, como determina a legislação. A orientação da Ugeirm, para esses casos, é que o policial se recuse a participar da Operação, até que seja efetuado o pagamento total das diárias.
O governo do estado precisa resolver essa situação urgentemente, defende o sindicato. “Ao se recusar a pagar um valor que consiga, ao menos, cobrir as despesas mínimas necessárias a execução do trabalho policial, o governo está prejudicando o serviço prestado à população durante o período de veraneio. O objetivo da Operação Verão, é garantir que o período de férias da população transcorra sem casos de violência, com as famílias podendo desfrutar do seu merecido descanso com toda segurança. Se os profissionais responsáveis por isso, não tem nem mesmo a garantia que poderão arcar com as despesas decorrentes do seu trabalho, com certeza esse objetivo estará prejudicado”, alerta a entidade.
“Não podemos voltar a vivermos situações como as ocorridas em anos anteriores, quando policiais tiveram que dormir em escolas ou em salas de Delegacias, por não terem condições de arcar com as despesas mínimas de hospedagem. Essa situação precisa ser resolvida imediatamente”, diz o presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz.
Fonte: Sul21 Foto: Divulgação