- 6 de abr. de 2022
Segundo Datafolha, dois terços dos brasileiros têm medo de sair à noite. Número é maior entre as mulheres, pessoas pretas e moradores de regiões metropolitanas

De acordo com o Datafolha, quase dois terços dos brasileiros têm medo de sair à noite nas ruas de suas cidades. São 37% os que afirmam se sentir muito inseguros após escurecer em relação ao que percebiam há um ano, e 27% os que dizem ter um pouco de insegurança.
A pesquisa, que ouviu 2.556 pessoas com mais 16 anos, fez duas questões sobre percepção de medo dos brasileiros: o temor de frequentar ruas de sua cidade e de seu bairro, mais próximas das residências. O número dos que se sentem muito inseguros cai para 31% no segundo grupo.
25% disseram se sentir um pouco inseguros em seus bairros e 27% se sentem assim em relação à cidade toda. Já iguais 23% nos dois grupos se dizem “mais ou menos seguros”, enquanto 14% se sentem muito seguros nas suas cidades — ante 22% daqueles que dizem o mesmo sobre seus bairros.
Mulheres (53% da amostra total de entrevistados) temem mais as ruas de suas cidades no período noturno: 45% delas, contra 27% dos homens. Apenas 9% das entrevistadas se dizem muito seguras. Indo ao encontro dos números de violência racial, 42% dos pretos se sentem muito inseguros, contra 34% dos brancos e 36% dos pardos.
O corte regional só traz diferença quando é avaliada a região Sul do país. Ali, 28% se dizem muito seguros em seus bairros à noite. Nas outras regiões, o índice varia de 20% a 21%.
A sensação de segurança também é maior no interior do país. Entre moradores de regiões metropolitanas, 48% se dizem muito inseguros à noite em suas cidades, número que cai a 28% em municípios interioranos.
O Datafolha também fez perguntas sobre o interesse do brasileiro em armas de fogo como forma de defesa pessoal. Questionados se já pensaram em comprar uma arma para se defender da violência, 72% dos entrevistados dizem que não, o mesmo índice de 2019 (73%), no início do governo de Jair Bolsonaro (PL), que é declaradamente a favor do armamentismo. Vale destacar ainda que a taxa de 2022 é oito pontos percentuais a menos do que a de 2005.
Entre os que aprovam o governo (25% do total da pesquisa), o índice de quem já pensou em adquirir uma arma salta de 28% no geral para 40%.
Fonte: Observatório do Terceiro Setor
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